Como fama somente não é sinônimo de lucro, profissionais da moda mineira têm arregaçado as mangas para não perder negócios com lojistas de outros estados, e até fora do país, para praças concorrentes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Exemplo disso é que nesta semana está sendo promovida a terceira edição do BH à Porter, um evento promovido pela Cooperativa dos Profissionais em Negócios de Moda de MG (Coopermoda) para atrair clientes novos ou inativos para as cerca de 370 empresas do ramo que atuam na capital.
E o resultado agrada. Mais de R$ 3,1 milhões foram injetados no setor na última edição do movimento, entre os dias 20 e 24 de setembro. A expectativa da presidente da Coopermoda, Ângela Sampaio, é que os negócios gerados pelo BH à Porter deste mês sejam pelo menos 10% mais volumosos, mesmo que o investimento continue na casa dos R$ 11 mil. “Estamos facilitando a vinda de clientes, oferecendo vantagens como passagens aéreas e hospedagens. Os lojistas ouvem falar que a moda mineira é a mais talentosa do país, mas muitos não vêm fechar negócios aqui. Catálogos e vendas em sites, além da concorrência, claro, têm nos estimulado a trabalhar mais na divulgação para firmar nosso mercado”, explica.
Atrás de roupas e acessórios diferenciados, a empresária Maria José Marengo, dona da loja KMZ, da cidade de Sinop (MT), desembarcou esta semana em Belo Horizonte. Segundo ela, suas freguesas já ficam aguardando as novidades que ela leva daqui a cada dois meses, desde maio, quando veio pela primeira vez por indicação de uma amiga. “Todo mundo fala que a mulher mineira é a mais elegante. E estou vendo como vestem mesmo um casual bonito, chique, que a gente não acha para comprar em outros lugares”, diz. Segundo Maria José, os preços dos atacadistas de São Paulo são mais atrativos, permitem uma margem de lucro maior, mas a qualidade da moda mineira é mais requisitada.
Durante toda a sua estadia na cidade, Maria José conta com a consultoria da estilista Aline Leonel, uma das 47 filiadas à Coopermoda. Elas visitam entre 15 e 20 fábricas e show-rooms em dois dias e não revelam o volume das compras. Mas, segundo Aline, a maior parte dos lojistas de fora que vêm comprar em BH não gastam menos de R$ 20 mil. Outras consultoras de moda têm clientes que gastam até R$ 250 mil nas compras para revenda.
Estado de Minas - Publicação: 21/10/2010
Texto: Tereza Rodrigues
Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.PRESS
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