sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Apostando no DNA

Por: Heloisa Aline
Sou suspeita para falar porque, como todos sabem, a Última Hora é cliente da minha empresa, a Salamandra Comunicação.
Porém, gostaria que esquecessem esse fato e ficassem com a opinião da jornalista especializada em moda, que começou nessa seara há mais de 30 anos, quando o setor ainda engatinhava em Belo Horizonte/MG e havia um frenesi em torno de tudo.
Um tempo sem internet, consequentemente sem simultaneidade de informações, que não existia escolas de moda, o Brasil era um país fechado internacionalmente e os desfiles não mostravam a pompa e circunstância dos de agora. Era tudo mais simples, mas muito novo.
Foi assim, vendo moda diariamente, que treinei meu olho e posso dizer, com esse olho, que um dos desfiles mais interessantes do Minas Trend Preview, que terminou na semana passada, foi o da Última Hora.
Não afirmo isto somente pelo styling preciso de Renata Corrêa, uma fera no assunto, pela edição bem-feita das peças ou pela elegância dos looks, mas porque a marca retomou seu caminho e foi beber no que sabe fazer de melhor – os anos 1970, desta vez vistos pela ótica do luxo e requinte. Apostou no cerne do seu DNA, que é a mistura de tecidos, texturas, estampas, cores, bordados.
As estilistas Célia e Izabela Bicalho acreditaram que ninguém conhece tão bem a grife que dirigem como elas mesmas e deixaram o bom gosto e ousadia correrem soltos, sem, no entanto, cair no over.
Inovaram nos blazers e casacos, cada um com personalidade própria. Exploraram o mix de lisos, listrados, estampados, sem deixar de fora as onças e os florais, sempre presentes nas coleções, o jogo dos leves com os pesados.
Mostraram tubinhos precisos com duas cores arrematados por bordados geométricos, minissaias espertas, investiram na alfaiataria correta e no chamois valorizados por peles.
Sem dúvida, uma das mais belas coleções do MTP.









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