terça-feira, 22 de julho de 2014

Formandos da Fumec apresentam desfile no AltaVila

Os desfiles de formatura da 19ª turma do curso de graduação em Design de Moda da Fumec, realizado sábado passado (19 de julho), às 18h30, na Torre Alta Villa, em Nova Lima. As coleções, frutos do TCC - Trabalho de Conclusão de Curso - foram apresentadas em quatro blocos de desfiles, envolvendo propostas diversificadas de 26 alunos nos segmentos de vestuário feminino e masculino, moda praia e acessórios.

Além dos professores/orientadores da faculdade, uma banca composta por jornalistas, estilistas, produtores e stylists, consultores e empresários de moda avaliaram os formandos. O objetivo é que esses profissionais e formadores de opinião conferissem o potencial dos alunos, visando seu aproveitamento futuro no mercado de trabalho.

Criado há 12 anos, o curso de Design de Moda da Fumec se tornou referência nacional pelo conceituado corpo docente e por suas instalações, que oferecem laboratórios de pesquisa, ateliers de costura, estamparia e outras técnicas imprescindíveis ao ofício de designer de moda.
A pesquisa dos estudantes aborda diversos temas, da moda contemporânea à experimental.

Coleções

Mariana Couto
Nome: Gaia
O crochê de cobre mesclado ao bordado com pedras como ônix, citrino, granadas e ágata se une ao couro, e é forte e delicado ao mesmo tempo. A modelagem básica e clássica tem cara bem contemporânea.


Fernanda Freitas
Nome: A forma
Guiada pelas formas do design e da arquitetura, o ponto de partida é a pesquisa de móveis e objetos que deram origem às peças apresentadas. Alfaiataria, minimalismo, geometria e assimetria foram explorados no linho com cartela em preto e branco.


Deborah Pedercini
Nome: Marcas do tempo
A coleção de sapatos é inspirada na arquitetura dos anos 1930, presente nos saltos, e em um caderno de memórias herdado da avó, que geraram uma estampa de letras. Os uniformes atléticos da época também influenciaram o trabalho da aluna. O material é o couro e a cartela aposta no laranja e bordô. 


Ana Luiza Ballesteros
Nome: Achados e perdidos: alfaiataria atemporal
O estilo de vestir paterno e a carência do masculino no mercado nortearam a criação de uma coleção que elege o linho como matéria-prima, tons como azul marinho, caramelo e cinza e detalhes personalizados em golas e punhos. A influência esportiva surge em forma de listras e bolsos para fora nas calças. As peças são construídas em alfaiataria.


Gustavo Brito
Nome: Deslocar  Desroubar
Inspirada na vida e nas obras do artista plástico e performer mineiro Paulo Nazareth, a coleção traz referências do universo da arte contemporânea brasileira. Para isso, resgata valores estabelecidos nos anos 1970, quando o país vivia uma efervescência cultural aliada a um exercício de liberdade típico da época. Shapes da década são fonte de criação. Camisas de alfaiataria, saias lápis-envelope, calças clochard, macacões e casacos dão formas a um pensamento inquieto, contestador e espantoso, o que vai ao encontro do trabalho autoral de Paulo.
Na palheta, uma mistura fina de tons terrosos, como o marrom, nude, caramelo e vinho, com os naturais verde, azul e branco. Para simbolizar um dos trabalhos mais reconhecidos do artista, “Notícias de América”, o estilista propõe tecidos como o brocado - que remete às rachaduras dos pés de Nazareth, adquiridas quando caminhou de Belo Horizonte a Miami - , além do linho, do couro, da lã e do feltro. O lamê traz frescor e um efeito high tech à coleção.


Paola Lisboa
Nome: O garoto de Liverpool
A estilista Paola Lisboa trouxe de sua memória afetiva a influência dos Beatles na sociedade e em jovens como seu pai (dono de uma banda cover dos Beatles e já falecido), que se espelhavam no seu comportamento, seu modo de vestir, seus cortes de cabelo e sua música. A coleção busca, nas diferentes fases da banda, elementos para sua composição. O resultado é a mistura das cores neutras do período inicial, com as referências militares da época do Sargent Peppers, além de alguns elementos coloridos e os cortes dos anos 1960 e 1970.


Marina Spínola
Nome: A linguagem do inconsciente: uma contribuição de Nise da Silveira
A mesclagem das simbologias das obras do Museu do Inconsciente são inspiração para a coleção, que toma como ponto de partida a trajetória de Nise da Silveira e sua contribuição para a psiquiatria, introduzindo a arte como terapia e compreensão do inconsciente em detrimento das práticas abusivas da época. A referência foram os trabalhos de  Raphael Domingues, Carlos Pertuis e Artur Amora. Para representar o universo criado pelos artistas são utilizados cores e bordados, que ora nascem do luminoso azul de Raphael, ora da simplicidade do preto e branco nos dominós de Artur Amora, passando pelo contraste de Carlos Pertuis e sua geometria, tudo em cores vibrantes, carregadas de vitalidade e expressão. Tecidos: couro e musseline de seda.


Marina Fernandes
Nome: Reflexo
A coleção feminina e masculina tem como alvo crianças de 1 a 6 anos e Peter Pan como ícone. O projeto foi baseado no filme Em busca da terra do nunca e inspirada no romantismo retrô dos contos de fadas. A essência é a busca de heranças vividas e lembranças poéticas, imprimindo um toque de magia no mundo moderno infantil.


Luiza Lima
Nome: Singularidades
Por meio da estética hippie, forma intuitiva de viver a vida, Luiza Lima cria uma coleção que representa uma expressão de personalidade de quem a veste. Os tecidos são chamois, pele, renda guipure com cara de crochê. 


Isabela Faria
Nome: Lembranças
Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo. A visão vai além dos olhos físicos. É a experiência sensorial que nos permite relembrar experiências, conhecimentos, fatos, e sensações vividas anteriormente. Olhos que fotografam, refletem sentimentos e traduzem a memória, transformando-a em algo tangível. A ponte entre o passado, presente e futuro define o conceito de tempo e inspira Isabela Faria em sua coleção, que aborda os fragmentos misteriosos da lembrança. Na cartela, só preto. As formas são assimétricas e os bordados em canutilhos da mesma cor remetem a olhos imensos.


Ana Luisa Barros
Nome: Ortodoxia de vestir
O discurso do fetiche acompanha as significações do tabu do corpo: erotismo, subcultura, proibição e poder são associados ao preto. A coleção traduz a linguagem dos signos do preto em uma reflexão entre sua relação com o fetiche.
A escolha dos tecidos hi-tech - couro, renda, pele e texturas - argumentam a favor da ideia de que a pele representa a zona mais erógena do corpo e aguça o tato. A estilista explora um shape que sugere a sensualidade do corpo, mas o esconde em uma atitude impenetrável, em um jogo que aguça, mas não revela.


Luiza Seda
Nome: La Mirada
Coleção inspirada nas viagens da designer ao Peru. Sua vivência no país possibilitou conhecer, além dos roteiros turísticos tradicionais, os tesouros ao norte peruano que poucos conhecem: paisagens escondidas e culturas esquecidas pelo tempo. Percorrendo três importantes cidades - Huaraz, Trujillo e Chiclayo -, a designer faz uso de registros autorais para a criação de estampas, recria o linho utilizado pelas antigas civilizações de uma forma elegante e remonta texturas através de bordados geométricos em pedraria. A cartela de cores em tons azuis e cinzas retratam a leveza e a tranquilidade de uma paisagem inesquecível: laguna 69. O shape ajustado ao corpo
aflora a feminilidade, valorizando a silhueta da mulher contemporânea. 


Tamara Mendonça
Nome: Cada um dá o que tem
São diversas as formas de representação do mito Dona Beja, ela é a metáfora do feminino em dualidades que se misturam em diferentes formas e momentos. Esses questionamentos foram traduzidos na coleção através de recortes, transparências e mistura de texturas. Tecidos naturais representam a temática de forma sustentável: o algodão cru tramado em tear manual se mistura à seda e ao linho. O tom natural se colore de feminilidade e sedução.  


Anna Gazzola
Nome: Achadouros
Rabiscos, grafismos, escritas. Na poesia, as palavras tomam corpo, criam forma e se tornam reais. Elas circulam fortemente pelas entranhas de nosso universo intimista, atravessam o corpo e viram rio: rio de água corrente, rio de poesia viva. A poesia de Manoel de Barros é assim: uma intensidade de cores e formas onde é possível enxergar tudo aquilo que é escrito. Com papel e tinta a simplicidade de suas palavras faz que se tornem tornar imagens. A coleção de inverno 2014 da designer Anna Gazzola trabalha a poesia no universo têxtil. Papel vira tecido e a tinta vira estampa na tridimensionalidade do corpo feminino contemporâneo.



Fotos Mineral Image






























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