quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pintura indígena na moda

Tribo brasileira Kadiwéu inspira design de trabalhos de formandas da FUMEC

Os holofotes das passarelas seduzem grande número de profissionais, mas há quem queira mostrar seu trabalho de outra forma, escolhendo o viés artístico de uma exposição. Caso de Eliana Xavier que vem do setor industrial de uma grande empresa de joias mineira. Familiarizada com os processos de produção, resolveu se matricular em uma escola de moda para aprender o outro lado da moeda: o do estilo.

Nada mais natural que seu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC – do curso de Design de Moda da Fumec se direcionasse para a área da joalheria. Mergulhada na literatura de Claude Lévi-Strauss e de Darci Ribeiro, além de outras fontes de pesquisa, ela encontrou o grupo indígena Kadivéu, da região Oeste brasileira, que mantém como tradição herdada de seus antepassados a arte de pintar o corpo, imprimindo sobre ele as diferenças culturais, a identidade individual e coletiva. Informam e comunicam seu modo de estar presente no mundo através da ornamentação altamente criativa e de extremo bom gosto.

Na coleção Anoã, a formanda homenageia a mulher mais importante e a maior artista da tribo, responsável por resgatar os desenhos perdidos reproduzindo-os na cestaria, cerâmica, redes e demais utensílios. O trabalho incorpora os traços da pintura corporal indígena, grafismos, geometrias, e os reproduz em gargantilhas - executadas em ouro branco e ouro negro com ônix -, tornozeleira, braceletes e brinco.

Donos de uma cultura extremamente rica, pouco conhecida, os Kadiwéu, por coincidência, também inspiraram outra aluna da Fumec. Luisa Palmini batizou sua coleção de Nadí que, na língua dos índios, significa pintar-se.
Partindo da premissa de que “a pele diz tudo sobre nós e que nosso corpo só existe se for para imprimir nossos significados, nossas ideias, nosso ser ou nosso querer ser”, a proposta une arte e vestimenta em uma coleção artwear. Os looks apresentam a roupa como segunda pele, anexando a pintura ao têxtil no intuito de ambas conterem os mesmos significados e conceitos.

A coleção é dirigida para dois públicos: mulheres decididas que não se preocupam com a opinião alheia e personagens, como Lady Gaga, por exemplo, que são amantes da estética figurino.

Anoã- Eliane Xavier Foto Studio Martinik- Sérgio de Rezende 

Anoã- Eliane Xavier Foto Studio Martinik- Sérgio de Rezende 

Anoã- Eliane Xavier Foto Studio Martinik- Sérgio de Rezende 

Nadí- Luisa Palmini - Foto Débora Vieira

Nadí- Luisa Palmini- Foto Bárbara Nery, Camila Santos e Débora Vieira

Nadí- Luisa Palmini - Foto Débora Vieira


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